A vingança é uma repreensão exercida sobre uma pessoa ou um grupo deles por uma ação que é percebida como má ou prejudicial. O sujeito que se sente afetado decide se vingar e faz uma espécie de reparação do dano. A vingança é uma compensação pelo dano recebido.
Para algumas pessoas, a vingança é necessária quando a justiça falha; Porém, se forem analisados minuciosamente entre os dois, não há muita diferença, o problema é que a justiça nem sempre funciona e às vezes permite que certos danos não sejam reparados. Nesse ponto pode surgir a vingança, mas não mais com o objetivo de fazer justiça, mas para liberar a tensão que a dor e o ódio fizeram germinar na vítima; Por isso se diz que a vingança transcende a atenção da reparação e tem um caráter exemplar cujo objetivo é pagar com a mesma moeda ou infringir um mal maior a quem cometeu o dano original.
Por mais condenável que possa ser do ponto de vista moral ou ético, a vingança provoca prazer a quem a pratica, uma vez que o vingador costuma estar imerso em sentimentos de ódio e ressentimento. A vingança, portanto, aparece como uma saída.
Quando a vingança tenta exemplificar (ou seja, o dano que causa é maior do que o dano original), corre-se o risco de entrar numa espiral de violência descontrolada. Por isso, desde os tempos bíblicos (Livro do Êxodo), procurou-se estabelecer uma justiça retributiva com a lex talionis ou Lei do Talião, resumida na frase "olho por olho, dente por dente".
Nas sociedades modernas, a vingança não é permitida nem a Lei do Talião é aceita. A justiça é canalizada por meio de leis que buscam ser objetivas e promover a paz social e quem infringir as regras impostas pelo atual sistema legislativo pode ser condenado por fazer justiça com as próprias mãos.
Vingança, histórias e literatura
A vingança é um tema presente na literatura desde que existe. Nas obras clássicas, muitas histórias podem ser encontradas em que este é o protagonista. A partir das tragédias gregas, passando por certos romances do início do século XIX e até presentes em obras atuais.
Outra história que tem a vingança como eixo da trama é “O Conde de Monte Cristo” de Alexandre Dumas, que já foi transformada em filme em inúmeras ocasiões e é considerada uma das grandes obras da literatura.
Geralmente, obras onde a vingança existe como elemento costumam usar a insanidade parcial ou a perda absoluta de julgamento de uma pessoa para de alguma forma tentar alcançar os motivos profundos que levam uma pessoa a prejudicar outra com o objetivo de fazê-la pagar por algo.
Vale ressaltar que na cultura grega existiam até uma deusa da vingança, a chamada Nêmesis, cuja principal peculiaridade era que ela não estava sujeita aos Deuses do Olimpo e se encarregava de punir os excessos do ser humano que perturbavam o equilíbrio universal. Da mesma forma, em todas as culturas antigas havia uma certa religiosidade em relação à vingança, geralmente enclausurada dentro de uma série de limites.
Posteriormente, com a fundação do Direito, a vingança passou a ser considerada um ato negativo e mesquinho que não colabora com o bem comum e, portanto, também é motivo de condenação.