Um relógio é um dispositivo que permite medir o tempo. Já o biológico é aquele que está ligado à biologia (ciência que estuda as características e propriedades dos organismos vivos).
O relógio biológico é chamado o mecanismo interno de um ser vivo que lhe permite ter uma orientação temporal. Não é, claro, uma máquina que exibe as horas e os minutos, mas um conjunto de funções orgânicas ligadas ao ritmo da vida.
O relógio biológico nos faz sentir fome com a aproximação do meio-dia, pois antecipa que será hora de almoçar. A mesma coisa acontece ao anoitecer, quando começamos a sentir sono.
O que o relógio biológico faz é ordenar temporariamente várias atividades orgânicas. Essa ordem implica o desenvolvimento de ciclos (que nos deixam com fome ou com sono a cada poucas horas, por exemplo). As secreções glandulares, a regulação da temperatura corporal e até mesmo o funcionamento do coração e do cérebro, entre outros órgãos, dependem do relógio biológico.
Várias decisões e atividades que desenvolvemos podem causar alterações no relógio biológico, gerando vários tipos de desequilíbrios. Pessoas que não mantêm uma rotina alimentar regular ou que vivem à noite e dormem durante o dia experimentam vários problemas devido à alteração de seu relógio biológico: fadiga crônica, falta de apetite, depressão, etc.
Para regular o relógio biológico, o ideal é manter uma rotina diária de descanso, atividade física e alimentação. Isso ajuda a otimizar a função do corpo.
Segundo estudos de alguns especialistas, a falta de horas de sono pode até colaborar com doenças como câncer, diabetes tipo II, obesidade, complicações cardíacas e infecções diversas. Embora não seja possível criar uma tabela universal para saber o funcionamento do organismo a cada hora, existem aproximações de alguma validade que servem para aprender um pouco mais sobre nosso relógio biológico.
Vamos ver algumas das mudanças de estado que os humanos geralmente experimentam ao longo de um dia inteiro:
* entre 6h e 8h59: esse período é o horário ideal para sair da cama. Para o homem é o ponto em que sua testosterona atinge o nível máximo. Por outro lado, é o momento em que o coração fica mais exposto a paradas, pois seus vasos apresentam maior rigidez e menor flexibilidade em relação ao resto do dia, a pressão arterial está no seu pico mais alto e o sangue é muito grosso;* entre 9h e 11h59: neste período, nossa memória de curto prazo funciona melhor do que nunca e nosso cérebro é capaz de processar informações com intensidade especial. Ele recebe um estímulo particular de atenção, já que o cortisol (o hormônio do estresse) está em seu pico;
* entre 12h e 14h59: é normal comer neste período do dia, então a atividade gástrica aumenta, os níveis de alerta caem e, segundo as estatísticas, ocorre o maior percentual de acidentes de trânsito;
* entre 15h e 17h59: a temperatura interna atinge o máximo, o coração e os pulmões funcionam melhor que o resto do dia, sendo um horário ideal para atividades físicas, como exercícios;
* entre 18h e 20h59: é o horário ideal para jantar, embora não seja aconselhável exagerar, pois pode aumentar as chances de diabetes e obesidade. É também o momento apropriado do dia para desenvolver o pensamento intuitivo e, dadas as peculiaridades do relógio biológico, para o nosso fígado metabolizar o álcool;
* entre 21h e 23h59: a temperatura interna do corpo cai e passamos a produzir melatonina, hormônio que nos ajuda a adormecer;
* Entre 12h e 2h59: os níveis de atenção e alerta são reduzidos ao mínimo, enquanto a melatonina atinge o pico. Por outro lado, o cérebro começa a consolidar nossas memórias e a descartar o dispensável;
* entre 3 e 5h59: nossa temperatura corporal está no mínimo e estamos especialmente sujeitos a ataques de asma e partos naturais.