O etanol é um combustível que é gerado pela decomposição de resíduos orgânicos pela via anaeróbia. As bactérias são responsáveis pela degradação desses resíduos e pela produção do elemento.
É importante lembrar que o bioetanol possui a mesma composição química do etanol (também conhecido como álcool etílico), portanto compartilhando todas as suas características. A diferença é que, enquanto o bioetanol é gerado a partir do processamento da biomassa, o etanol é obtido a partir de outros tipos de recursos (como o eteno encontrado na nafta ou o gás natural etano).
Um dos termos-chave neste contexto é a fermentação, um processo de oxidação incompleto que não precisa de oxigênio e resulta em um composto orgânico. Por exemplo, é correto dizer que qualquer licor alcoólico obtido pela fermentação do açúcar de uma planta deve ser classificado como bioetanol.
Como acontece com outros biocombustíveis, o bioetanol é freqüentemente objeto de debate. Muitos apontam que, ao contrário dos combustíveis fósseis, o bioetanol pode ser sustentável, pois é produzido a partir de plantações. Ou seja, é um produto que não acaba. Outros, por outro lado, alertam que a obtenção do bioetanol acarreta um aumento no preço dos alimentos, uma vez que as culturas alimentares são substituídas pelas necessárias à sua produção. A fabricação de bioetanol também pode contribuir para um maior desmatamento.
Segundo analistas, o aumento da produção de bioetanol ajudará a minimizar a dependência do petróleo. O bioetanol pode ser produzido em qualquer região do mundo: apenas a terra é necessária para as plantações. Com os campos de petróleo é diferente porque eles estão em locais específicos e podem ser esgotados.
Uma das razões pelas quais o uso do bioetanol como combustível para automóveis está em franco crescimento é que ele anda de mãos dadas com as medidas que os governos tomam para controlar a emissão de gases de efeito estufa. Segundo alguns estudos, as emissões geradas pelo bioetanol desde a sua produção até o seu uso são compensadas por aquelas que ocorrem ao longo de seu desenvolvimento na safra.
A fermentação anaeróbica, ou seja, sem a presença de oxigênio, é um processo que o homem utiliza desde a antiguidade com açúcares e leveduras, destilando-os brevemente antes de colocá-los em solução aquosa. Uma das aplicações tradicionais sempre foi a produção de bebidas alcoólicas.
Atualmente, muitos tipos de matéria-prima são usados para produzir bioetanol em larga escala e, dependendo da planta utilizada, certas propriedades do combustível mudam, como seu desempenho. Vamos ver uma classificação abaixo:
* matérias-primas com alto teor de sacarose: cana-de-açúcar, doces ( doces , alimentos à base de açúcar), melaço, beterraba e sorgo doce;
* matérias-primas com altas concentrações de amido: batata, mandioca e milho;
* matérias-primas com celulose em grandes quantidades: resíduos animais, resíduos da agroindústria (que inclui resíduos cítricos) e madeira.
A complexidade do processo de fermentação varia de acordo com a matéria- prima utilizada; por exemplo, quando se começa com amido, é maior do que com sacarose e a celulose envolve uma complexidade ainda maior.